TERÇA-FEIRA, 08 DE OUTUBRO DE 2013
8h-10h
MINICURSO #5 – Sala 7
“História e formação da língua espanhola”
Silvia Beatriz Adoue
Departamento de Letras Modernas, Universidade Estadual Paulista (Unesp – Araraquara)
Consultar anexo.
MINICURSO #6 – Sala 6
Consultar anexo.
10h-10h30
Coffee break
Em frente ao CACEL (vão dos CAs)
10h30-12h
MINICURSO #7 – Sala 6
“Ensinar a quem, aprender com quem: docência de língua estrangeira na Universidade”
Cláudia Maria Ceneviva Nigro
Departamento de Letras Modernas, Universidade Estadual Paulista (Unesp – São José do Rio Preto)
Propomos, nesse minicurso, (re)apresentar uma concepção sobre a docência em salas de aulas com multiplicidade de habilidades e culturas de aprendizado. Discutiremos também como essas concepções são utilizadas na sala de aula de língua estrangeira, por meio de abordagens distintas. Para isso, faremos uma breve exposição das abordagens e finalizaremos com uma fundamentação sustentada nos estudos subalternos latino-americanos.
MINICURSO #8 – Sala 7
“Psicanálise e educação”
Giuliana Berti Sorbara
Doutoranda em Educação Escolar, Universidade Estadual Paulista (Unesp – Araraquara)
A psicanálise, no final do século XIX, com Freud e sua descoberta do sujeito do inconsciente e suas conseqüências, faz um desmonte quando afirma que o sujeito não é dono de sua razão, ou seja, subverte o cogito cartesiano, “penso onde não sou, sou onde não penso”. O sujeito inaugurado por Freud e conceitualizado por Lacan não responde à lógica ou ao tempo da consciência, não coincide com o sujeito do cogito da filosofia cartesiana, tampouco com o sujeito-organismo das teorias desenvolvimentistas. Para a psicanálise o inconsciente ê estruturado como uma linguagem, isto é, o sujeito do inconsciente se estrutura na e pela linguagem. Freud descobriu (1900) através das investigações do psiquismo que no trabalho dos sonhos os conteúdos recalcados no inconsciente se apresentavam como um rébus – a ser decifrado pelo sujeito na análise – e para tanto essa manifestação se dava através dos mecanismos de deslocamento e condensação. Dessa forma a Psicanálise se constitui em um saber próprio construído a partir da escuta clínica e possui uma ética peculiar a sua prática, seu campo é delimitado e não se confunde com teorias oriundas da psicologia desenvolvimentista e nem como teoria de aprendizagem. Contudo esse saber influenciou e influencia o campo da educação, tendo em vista que a partir da psicanálise e seus conceitos fundamentais, foi possível pensar naqueles sujeitos que anatomicamente perfeitos não conseguiam aprender e não respondiam de forma harmoniosa aos estímulos externos propiciados pelos diferentes modelos pedagógicos. Assim, mesmo que a psicanálise não se destine a educar, muito pelo contrário, ela só existe a partir de uma prática clínica com finalidade bem distinta da educação, pensasse que seu aporte teórico possa contribuir para pensar o campo da educação ou suas práticas, como uma via possível de articulação, do saber do sujeito do inconsciente com o saber sistematizado transmitido pela escola, ou seja, o educador subsidiado com esse saber poderá com mais propriedade fazer resistência aos saberes totalizados e fechados.
12h-13h
Almoço
13h-14h
SESSÃO #2 DE COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS – Sala 34
“Elementos góticos em Northanger Abbey de Jane Austen”
Isabel de Almeida Telles Macari (2º ano, Letras, Unesp/Araraquara)
Literaturas Estrangeiras Modernas / Departamento de Letras Modernas
“O símbolo da morte e a ironia em As intermitências da morte e Memórias póstumas de Brás Cubas”
Ligia Carolina Franciscati da Silva (2º ano, Letras, Unesp/Araraquara)
Literatura Comparada / Departamento de Literatura
“A França no diálogo luso-brasileiro: a revista A Ilustração (1884-1892)”
Carlos Roberto de Melo Almeida (5º ano, História, Unesp/Assis)
Outra Área / Departamento de História
14h-16h
CURSO #1 – “Introdução à linguística e língua portuguesa”
PARTE #2 – Sala 35
“O corpo, o discurso e as imagens: retratos do homem político na mídia”
Vanice Maria Oliveira Sargentini
Departamento de Letras, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Amparando-se nos estudos da Análise do discurso a partir de contribuições de M. Foucault, propõe-se neste minicurso analisar alguns enunciados do discurso político em situações de campanha eleitoral no Brasil. Pretende-se, com a análise de enunciados produzidos na mídia por candidatos, mostrar que as imagens, assim como o texto verbal, não dizem pela evidência, não podem ser lidos como provas documentais, mas como uma construção discursiva que admite diferentes paradigmas históricos de leitura.
CURSO #2 – “Letras em diálogo com outras ciências”
PARTE #2 – Sala 36
“Do melodrama à telenovela: dramaturgia popular no Brasil”
Claudia Mariza Braga
Departamento de Letras, Artes e Cultura, Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
Desenvolvimento de reflexões voltadas para a compreensão do gênero folhetinesco utilizado nas telenovelas, seu relacionamento com a estética melodramática e sua recepção no Brasil. Estabelecimento de bases teóricas para análise e compreensão da estrutura formal dos textos melodramaticos e sua utilização pela televisão na realização da telenovela, considerando as influências ali presentes. Avaliação da produção dramatica e teledramatúrgica brasileira a partir dos subsídios oferecidos pela crítica especializada. Reflexões a respeito de uma eventual estética própria da teledramaturgia, malgrado suas origens ancestrais.
CURSO #3 – “Introdução à língua russa”
PARTE #2 – Sala 26
“Casos de declinação no singular”
Leonardo Orloski
Explicação sobre o funcionamento da gramática russa e seus casos declinatórios no singular.
16h-16h30
Coffee break
Em frente ao CACEL (vão dos CAs)
16h30-18h
CONFERÊNCIA #2 – Auditório da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
“Perfis do leitor brasileiro da atualidade: entre discursos e práticas”
Luzmara Curcino Ferreira
Departamento de Letras, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
A cada inserção e inovação tecnológica, em especial aquelas que dizem respeito à produção e circulação de textos, é possível observar o impacto sobre nossas práticas diárias e mais especificamente sobre nossas práticas de escrita e de leitura. Um dos aspectos mais marcantes dessas mutações de nossas práticas, com a ampliação de espaços para a criação e compartilhamento de informações em um curto espaço de tempo, é a produção de um tipo de texto que circula na rede e que hoje identificamos muito prontamente, tão logo o recebemos por e-mail ou por meio de nossas páginas em redes sociais: as ‘mensagens em powerpoint’ ou as ‘mensagens compartilhadas’. Trata-se de um exemplo bem peculiar de como as novas tecnologias de produção e recepção eletrônicas de um texto inauguram formas de apropriação não previstas de outros textos produzidos não necessariamente para os leitores que os leem hoje, tal como demonstraremos. Parte do acervo de textos que é mobilizado na construção dessas mensagens é oriundo de textos clássicos da literatura nacional e internacional, de fragmentos filosóficos ou religiosos. Seu regime de produção e de recepção via internet permite levantarmos algumas representações acerca da leitura e dos leitores que se apropriam desses textos via mensagem pela internet e os reproduzem, os caminham e os comentam. Partindo desse ponto de vista, e para compreendermos melhor que práticas e que leitores podem ser pressupostos a partir da análise dessas “mensagens em powerpoint”, apresentaremos brevemente a análise de alguns indícios simbólicos que nos permitem descrever aspectos do perfil de uma comunidade leitora que acessa textos via internet. Para tanto, nos apoiaremos teoricamente na Análise de discurso, valendo-nos mais especificamente de algumas considerações presentes na obra de Michel Foucault sobre a produção dos discursos, assim como em alguns princípios da história cultural da leitura formulados por Roger Chartier, acerca das mutações nas formas de circulação dos textos e de seu consequente impacto sobre as práticas de escrita e de leitura.
18h-19h
Jantar
19h-21h
MESA-REDONDA #1 – Consultar anexo.
“Descritivismo e normativismo na construção da noção de linguagem do indivíduo”
Angélica Terezinha Carmo Rodrigues
Departamento de Linguística, Universidade Estadual Paulista (Unesp – Araraquara)
Arnaldo Cortina
Departamento de Linguística, Universidade Estadual Paulista (Unesp – Araraquara)
Marina Célia Mendonça
Departamento de Linguística, Universidade Estadual Paulista (Unesp – Araraquara)
Resumo da professora Angélica Rodrigues (“A língua “do” ou “para” o indivíduo?”): Considerando que em situações normais todo indivíduo adquire uma língua nos primeiros anos de vida, não se pode dissociar língua e identidade, pois ambas são complementares e se definem mutuamente ao longo da vida do indivíduo e da história da comunidade. Do mesmo modo que da língua não se separa o que é construto social, cultural e ideológico, a própria identidade do indivíduo ou da comunidade não se constrói para além da sua língua. A despeito disso, é interessante discutir o fato de que a tradição gramatical e o ensino tradicional de língua, ao equiparar língua e norma culta ou padrão e reservar ao indivíduo apenas o papel de aprendiz, não o faz sem interferir na elaboração da noção de língua por parte tanto do indivíduo quanto da comunidade.
Resumo do professor Arnaldo Cortina (“Língua, linguagem e sociedade”): A língua é a forma de linguagem por meio da qual é possível estabelecer comunicação entre os indivíduos que pertencem a uma sociedade de falantes comuns, ao mesmo tempo que é capaz de traduzir as demais linguagens utilizadas também para a comunicação. Por ser um organismo vivo, nunca é estanque, modificando-se ao longo o tempo e dos espaços em que é utilizada. Assim, estudar uma língua consiste em perceber como ela se estrutura e, ao mesmo tempo, como ela se transforma. Se observarmos a língua do ponto de vista de sua produção verbal, isto é, enquanto expressão da fala, importa mais descrever seu uso que pensar as regras do bem falar. Isso não significa, porém, que a língua falada não obedeça a uma norma, que é comum a um grupo de falantes. Norma não implica regras de bom ou de mal uso, mas sim o conjunto de procedimentos de um grupo que se vale de uma língua como meio de comunicação. Da mesma forma, a escrita de uma língua pode ser observada pelo processo da descrição, o que também não implica que ela não obedeça a uma norma. O que se verifica, porém, é que a língua falada é mais distensa, porque sujeita a diferentes condicionantes pragmáticos, regionais, temporais, etc. A língua escrita, embora também sofra influências de diversas ordens, tem um processo de transformação mais lento, porque deve garantir um sistema de expressão capaz de ser identificado por todos os membros de uma comunidade que se valem dela para a comunicação.
Resumo da professora Marina Mendonça (“O discurso sobre língua na mídia brasileira contemporânea: valores em conflito”): Esta fala insere-se nos estudos do discurso, em especial nos estudos bakhtinianos, e tendo em vista esse lugar teórico, parte de alguns pressupostos: o sujeito é constituído por vozes sociais, com as quais realiza atividade de compreensão responsiva; o discurso é fato sócio-histórico, ideológico e, como tal, materializa conflitos e valores sociais; há um jogo de forças na constituição do social, em que os discursos se movimentam e produzem sentido nesse movimento. Considerando esses aspectos, meu objetivo é discutir como discursos veiculados na mídia brasileira contribuem com a produção de uma realidade sobre língua/linguagem que coincide com o discurso presente em gramáticas tradicionais. O diálogo com a tradição gramatical, nesse caso, atualiza um discurso purista. Esses discursos, por outro lado, também dialogam com estudos de linguistas, mas esse diálogo produz simulacros desses estudos. Assim, ao copaginar enfoques normativos e descritivos da linguagem, a mídia brasileira privilegia o normativismo e, junto com instrumentos linguísticos como as gramáticas tradicionais, ajuda a perpetuar uma noção de linguagem “ideal”, “pura”, “perfeita”, “para poucos”. Essa noção de linguagem não somente é compatível com os valores sociais que definem as práticas econômicas, políticas e culturais da sociedade brasileira contemporânea, mas também ajuda a alimentar esses valores.
21h-23h
MINICURSO #9 – Sala 89
“Formas de vida da mulher brasileira do século XXI na mídia impressa feminina”
Amanda Cristina Martins Raiz
Doutoranda em Linguística e Língua Portuguesa, Universidade Estadual Paulista (Unesp – Araraquara)
Nos últimos tempos, vemos que a mídia tem abordado consideravelmente assuntos relacionados ao mundo da mulher moderna. Mas o que significa ser uma “mulher moderna”? Diante desse questionamento, recuperamos imagens de mulheres, presentes em três revistas brasileiras, Atrevida, Marie Claire e Sou mais eu, com o intuito de discutir como tais periódicos retratam modelos comportamentais que possibilitam visualizar as formas de vida da mulher do século XXI.
MINICURSO #10 – Sala 36
“Relações de gênero e sexualidade nas aulas de línguas estrangeiras desde a perspectiva da Teoria Queer”
Antón Castro Míguez
Departamento de Letras, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
A escola, entendida como importante espaço de socialização e de construção da cidadania, ainda hoje, ou se exime de trabalhar a sexualidade, relegando-a ao espaço do privado, do familiar, ou a trabalha dentro dos pressupostos de uma política de saúde pública, reforçando o projeto biopolítico do estado, de bases ainda heteronormativas. Como resultado, observa-se a “exclusão” daquelas e daqueles que não se encaixam no suposto modelo de “normalidade” – modelo este constantemente reforçado pelos meios de comunicação, pela indústria cultural e também pela escola, seja como instituição, seja como espaço de uma discursividade de forte base heterossexista, heteronormativa, homogeneizadora e normalizadora. Deve-se ter em conta que, apesar dos avanços dos documentos norteadores do ensino básico, que entendem a educação como projeto de formação de cidadãs e cidadãos e estimulam a transversalidade do currículo, a escola ainda não conseguiu liberar-se do currículo e dos saberes tradicionais. Como exemplo, observa-se que, apesar de esses documentos recomendarem a diversidade como tema transversal, o que se constata, em grande medida, é a manutenção de paradigmas normatizadores, principalmente nos livros e materiais didáticos, que ainda reforçam o modelo de família nuclear, heterossexista – ou, ao menos, heteronormatizada –, de classe média e predominantemente branca. Nesse sentido, temas como sexualidades, gêneros e identidades (no plural, propositalmente) – construções culturais, históricas e sociais – devem ser “desnaturalizados”. O que se propõe, neste minicurso, portanto, é a refletir sobre a importância de se trabalhar esses temas nas aulas de línguas estrangeiras (espaço, por natureza, de contato com o “novo” e com o “alheio”), desde a perspectiva pós-identitária da Teoria Queer, o que certamente resultará em ações políticas pedagógicas menos normalizadoras e, consequentemente, mais libertadoras e transformadoras.
MINICURSO #11 – Sala 90
“Notas sobre a história da língua portuguesa”
Renato Miguel Basso
Departamento de Letras, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Neste minicurso, exploraremos alguns aspectos da história da língua portuguesa, com ênfase em fenômenos que unam história interna e externa. Daremos especial atenção à formação do português brasileiro, mostrando como a ocupação do território relaciona-se com a difusão e fixação do português em solo americano. Finalmente, veremos em mais detalhe a formação do português de São Paulo e o da Região Norte do Brasil.